segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O melhor e o pior da minha Nova York

Falta uma semana. Frio na barriga, treino feito, agora é colher os frutos no próximo domingo, na Maratona de Nova York. Será a quarta maratona da minha breve carreira de corredora e, pela primeira vez, vou passar pela experiência de correr uma maratona que já conheço. Minha estreia nos 42k foi lá mesmo, em 2008. Lembro de muita coisa do percurso, o que, acho eu, vai ajudar bastante na corrida domingo.

Resolvi escrever este post para dividir com vocês minha melhor e a minha pior lembrança daquele 2 de novembro de 2008 (poucos dias antes de Obama vencer a eleição). A mais dura é a subida da Queensboro Bridge, a que leva os corredores, finalmente, até Manhattan. A prova larga de Staten Island, depois são muitos quilômetros pelo Brooklyn e pelo Queens, a maioria deles planos, até a tal ponte claustrofóbica. É por volta do km 26, a gente começando a cansar, e vem uma subida chata, sem fim, e, o pior, numa ponte fechada, um túnel. Ali aprendi que odeio correr em túneis (os das Meias do Rio também quero ver bem longe). O fim da subida, para compensar, é uma benção. Na descida já temos a visão do belo skyline de Manhattan e, quando ela acaba, viramos à direita numa Primeira Avenida LOTADA de nova-iorquinos e gente de todo o mundo aplaudindo os corredores.
A partir dali a prova é bem dura. Muitas subidas, a pior delas beirando o Central Park. Não sou lá muito religiosa, mas acredito em destinos. E acho que não por acaso, pouco antes de pegarmos a Quinta Avenida, à beira de uma praça na Rua 125, lembro de uma visão que me serviu de impulso para apertar o passo e enfrentar os kms finais da prova.


Duas freiras, na calçada, batiam num tamborzinho para incentivar a gente. Durante as quatro horas de uma maratona, praticamente nossa vida toda passa pela cabeça. Lembranças não necessariamente conexas, ou cronológicas. Naquela hora, ao ver as irmãs, lembrei dos meus anos de Colégio Santa Clara. Quase um abraço apertado numa hora de exaustão extrema. Foi delicioso.
Pesquisei na internet e as irmãs ficam por ali todos os anos, bem na frente do convento onde moram. No domingo vou ficar de olhos bem abertos. Não dá tempo para parar, mas quem precisa disso para se sentir, mais uma vez, abraçada?

Um comentário:

  1. Boa prova Apa! Não esquece de colocar em algum lugar o seu número, pra todo mundo poder correr junto com você!

    Beijo

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