quarta-feira, 25 de maio de 2011

Correr menos para correr melhor a maratona

Para quem pensa que, quanto mais se treina, melhor se corre. Acompanho muitos amigos corredores pelo Twitter, gente que vai fazer uma maratona daqui quatro ou cinco meses (ou mais) e já roda feito louco, faz uma quilometragem insana por semana. Sempre imagino: "pô, se está correndo esse tanto agora, imagina mais perto da prova"... Eu, ufa, tenho um treinador que pensa diferente.

Minhas planilhas estavam voltadas para uma Meia Maratona em junho, a primeira etapa da Golden Four da Asics, no Rio de Janeiro. Portanto, elas emplacavam longos de 18km e muitos tiros para eu ganhar velocidade... Aí me inscrevi na Maratona de Amsterdã e a rota teve de mudar seu rumo. A Meia da Asics será apenas a primeira prova controle para a maratona, então nada de focar em tempo. Minha planilha já mudou para rodagens leves ao longo da semana, uma vez que faltam, ainda, cinco meses para Amsterdã. Estou no que os treinadores chamam de treino de base, preparando o corpo (e a cabeça) para encarar a dureza que vem a seguir.

Claudio Castilho, meu treinador lá na Saúde & Performance, junto com o queridíssimo Leandro Castro, estão ainda lapidando a planilha total para a maratona. Serão 24 semanas (já entrei na terceira!), um tempo bastante grande. As seis primeiras serão dedicadas à base. Claudio e Leandro presumem, claro, que o trabalho de força geral são cumpridos por cada aluno em sua respectiva academia (estou em busca de uma academia, prometo começar logo, mestres!). Eles focaram no aumento da capacidade aeróbia de cada um de nós e da força especifica com rodagens em terrenos variados. Na última semana, um brinde: a subida do Pico do Jaraguá. Um ótimo teste para sabermos se nossos pulmões já estarão preparados para a próxima etapa.

Só a partir da quinta ou sexta semana da planilha é que começaremos os intervalados por tempo, com variações de estímulos longos e médios. Aí, sim, pensando na velocidade para a prova. "Objetivamente falando, é para correr a melhor marca da vida", avisa Claudio (eba!).

A seguir, o próprio Castilho explica a importância desse período de base, quando corremos menos, para correr melhor. "Ele tem como objetivo o desenvolvimento geral de todas as capacidades fisicas e  fundamentos que irão determinar o rendimento da corrida e deve ser suficientemente longo para garantir uma boa formação, proporcionando um condicionamento fisico geral e equilibrado. Muitos estudos confirmam que os níveis alcançados neste período posteriormente irão determinar a performance e principalmente o sucesso competitivo. Dois pontos fundamentais marcam esta fase: a necessidade da realizacao prévia de exames médicos e avaliações físicas. Mais: deve haver ausência de competições importantes, podendo o corredor participar apenas de provas como método de controle ou apenas treinamento. Esta fase tambem é caracterizada por um início gradativo dos volumes e intensidades dos treinos, porém, é importante salientar que é nela que normalmente se chega aos maiores volumes de quilômetros corridos, de pesos levantados, de exercícios formativos, técnicos e gerais, entre muitos outros presentes durante toda a preparação."

Para vocês terem uma ideia de como foi a minha semana, neste período de base: quatro treinos (60min, 70min, 50min, 80min). Perto do que ainda vou rodar e sofrer, molezinha! Mas uma molezinha fundamental pro resultado, lá na frente.



Comentários | »

    Shigueo
    10/06/2011 18h33 Tô mais ou menos na mesma. Estou inscrito na Golden 4 de SP (vai fazer essa tb?) mas meu objetivo é uma maratona no final de Novembro ou começo de Dezembro. Ainda estou decidindo qual prova. Só por curiosidade: Já que vc tem sub-4h, qual o objetivo agora?

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