Na semana passada eu estava conversando com uma amiga querida, companheiríssima de treinos e em especial de maratonas, a também jornalista Ana Landi, sobre como andava sentindo as minhas pernas pesadas. Cansaço, acima de tudo, mas também a conta dos dois quilos a mais. Como diminuí muito a quilometragem que venho rodando por semana, o ponteiro da balança resolveu se vingar... Certa vez fui a uma nutricionista que repetia mil vezes, a cada retorno meu, o quanto era importante eu diminuir meu peso. "Imagine correr com um saco de arroz nas costas", ela dizia, pedindo que eu perdesse exatamente os cinco quilos do tal pacote de arroz.
Pois dando um giro pelos jornais internacionais hoje pela manhã dei de cara com uma notícia do mundo da corrida que, por razões óbvias, chamou a minha atenção. Confesso que deu até uma vontadinha de chorar quando li a história de Kelly Gneiting. Ele completou ontem os 42 quilômetros 195 metros da maratona com o meu peso, mais 23 sacos de arroz nas costas.
Kelly já foi campeão de sumô, hoje pesa 181 quilos. Dá para imaginar o que são 42 quilômetros para quem tem 181 quilos? Não consigo. Ele levou 9 horas, 48 minutos e 52 segundos para cruzar a linha de chegada. Provavelmente foi o último a fazer isso, entre todos os participantes, mas quem liga para colocações quando a superação está em outro canto da história? "Consegui, mas foi um inferno do início ao fim", comentou o gigante de 40 anos, que deve entrar para o Guiness como o homem mais pesado a completar uma maratona, ao jornal americano.
Obviamente ele não correu durante a prova. Conseguiu apenas trotar e caminhar. Ainda não está refeito do esforço, mas já traçou eu próximo objetivo: atravessar o Canal da Mancha a nado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário