sexta-feira, 6 de maio de 2011

Meu primeiro troféu de primeira colocada. Dá para acreditar?


"Em terra de cegos, quem tem um olho é rei." Adoro este provérbio, porque acho incrível como ele se encaixa num monte de situação diferente. A frase ficou ainda mais marcante pra mim porque foi o tema da redação no ano que prestei Fuvest para o curso de jornalismo, no início de 1992 (sim, faz tempo!).

Não faço ideia do que exatamente eu escrevi na minha redação (sem falsa modéstia, só me lembro da deliciosa e talvez determinante nota 9 que tirei). Mas, de lá para cá, o provérbio rondou minha vida inúmeras vezes.

Quando recebi a notícia do Vicent Sobrinho, da revista Contra-Relógio, de que eu tinha sido a primeira colocada entre as mulheres na categoria imprensa, na duríssima Corrida da Ponte, o provérbio começou a piscar loucamente na minha cabeça, como se fosse um daqueles neons brilhantes.

Taí mais uma situação em que ele se encaixa. Euzinha, ganhar um troféu numa corrida? Sou bastante competitiva, confesso. Mas também sou uma amadora mediana que treina direitinho para, feliz, ver seu nome entre os primeiros 10% colocados de uma prova. Mas primeiro lugar? Impensável... Isso é coisa pra elite. O que mostra que a corrida, apesar de não ser uma caixinha de surpresas como o futebol, também prega suas peças.

Levei um troféu exatamente na pior prova da minha vida -- e já foram muitas. Cravei 27 minutos a mais do que o meu recorde na distância, por conta do calor infernal, e, claro, por estar mal treinada. Mas aí é que entra a beleza do provérbio. Estava calor para todo mundo, não só para mim. Naquela terra ali, em cima daquela ponte, debaixo de um sol de rachar o coco, éramos todos cegos. Várias colegas jornalistas (e não jornalistas) quebraram. Eu cheguei a andar (nunca tinha feito isso numa prova, em mais de cinco anos!). Mas algum fator naquele dia, não sei dizer qual, funcionou como o tal olhinho extra (eba!).

É  claro que não corro por troféus. Sem falsidade, não corro mesmo (o próprio Vicent, primeiro colocado entre os homens, aliás, já me ouviu discutir sobre isso). Para mim, corrida é competição com a gente mesmo, não com os outros. Mas vou confessar, e com um sorrisinho de prazer: achei legal pra caramba ver o tal troféu em cores. Afinal, todo plebeu merece ter seu dia de rei (ops, rainha!), né?  
Comentários | »

    Shigueo
    10/06/2011 19h01 Todo pangaré tem seu dia de Marilson né? Eu tb já consegui um 3o. lugarzinho, mas se não me engano é pq só tinha 5 correndo na minha faixa etária! kkk Parabéns!!!
    Renata M. Domingos
    31/05/2011 22h32 Rárárá, tambem fiz esta prova da Fuvest. Parabéns! beijos.
    Dora
    16/05/2011 17h37 Apa, parabéns, eu não sabia !!! Você merece. Já falei que quando crescer quero ser igual a você? Não sou competitiva, nem corro para ganhar troféus, mas é legal se superar de alguma forma, isso é mesmo.
    Cátia Akisino
    16/05/2011 10h20 Claro que voltei e continuarei voltando!!! E fiquei muito feliz por saber que vc lembra de mim! Apa, tenho um blog também. Se tiver um tempinho, vai lá. http://pangareperseverante.wordpress.com/ Beijo e bons treinos para você também.
    Ana Paula Alfano
    13/05/2011 18h08 Cátia, me lembro muito de você. Que delícia que o mundo dá essas voltas, né? espero que volte mais vezes ao blog. Aliás, como foi a maratona? Beijão e bons treinos.
    Cátia Akisino
    13/05/2011 15h28 Oi, Ana! Parabéns!!! Descobri o seu blog por acaso, lendo o Endorfina, da Simone. E ao ver seu nome logo lembrei que corri na sua cola na SS Cover. Quero agradecer mais uma vez por ter me guiado naquele dia e por ter sido tão simpática. Adorei te reencontrar aqui. Parabéns de verdade.
    Simone Manocchio
    11/05/2011 10h00 Penso como vc, por isso, acho que vamos nos encontrar bem velhinhas nas provas por aí. Corremos pra toda vida e não pra quebrar e, desta forma, viver lesonadas, né? Parabéns!

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